domingo, 9 de agosto de 2009

Depressão pós parto: histórias verdadeiras


Vou postar aqui 2 depoimentos de quem viveu a DPP e ainda luta contra ela de certa forma; acho imporante alertar futuras mães, pq na verdade eu mesma não li nada sobre isso antes de ter minha Sofia achava que era pura "frescura"...pois é, paguei a língua e hoje ainda faço tratamento e ajudo quem passa por isso:


Depoimento da amiga virtual Luciana, mãe da Beatriz hoje com 3 anos:


Acho que a questão do pós-parto tem mesmo de ser discutida, pois tanto as mulheres que facilmente engravidaram, quanto as que tiveram dificuldade (no meu caso, uma videolaparoscopia para desobstruir as trompas e no mês seguinte a gravidez natural), têm pensamentos e fantasias maravilhosas sobre ser mãe. A maternidade talvez seja a melhor coisa que aconteceu na minha vida, mas teve sim um ônus e te afirmo com todas as letras NÃO FOI FÁCIL. O meu marido já tinha um filho de uma relação esporádica, então era pai, mas não sabia o que era realmente ser pai, afinal nunca morou junto com a mãe do filho dele. Então, chegou a hora do nascimento da nossa filha, e com ele momentos transformadores e perturbadores... Eu não esperava passar por aquilo, como poderia ser se havia desejado tanto aquele bebê? E o pior de tudo, aquela falta de entendimento sobre o que estava acontecendo comigo, carregando uma tonelada de culpa por não estar feliz era reforçada diariamente pelo meu marido, que me culpava por ter uma filha tão linda e viver chorando.

O processo foi muito doloroso para ambos, pois ele depois de 8 dias (licença-paternidade), vida normal: trabalho, estudo (ele estava fazendo pós-graduação) e até um happy hour para desestressar. Eu, sozinha em casa (minha mãe já faleceu, a empregada não dormia), amamentando o dia todo, EXAUSTA e sem entender o porquê daquela tristeza imensa que me acompanhava todo o tempo.

A chegada de um filho corresponde à chegada de um novo e totalmente diferente estilo de vida - especialmente quando se trata do primogênito. O cotidiano muda radicalmente, no sentido mais literal dessa palavra. A gente se vê diante de um ser que precisa de você 100% do tempo, e que manifesta isso por meio de choro e gritos. Essa é a única comunicação que ele sabe fazer, e não é fácil se adequar a ela. Ver seu filho chorando e não saber o que significa pode ser algo muito angustiante. Além disso, toda a sua vida profissional, social, seu tempo para relaxar, suas manhãs preguiçosas do fim de semana - tudo isso lhe é arrancado bruscamente, de uma hora para outra.

A isso soma-se o delicado processo da amamentação, que é pura doação, um ato de amor. No começo, dói, machuca, assusta. Seu corpo está totalmente diferente - no meu caso, operado numa cesárea. Você fica com os órgãos soltos na barriga, e sangra por, pelo menos, 20 dias seguidos. Dorme pouco e de forma caótica. Isola-se do mundo durante o resguardo. Não bastasse tudo isso, depois de passar pela primeira semana heroicamente, de olhos fechados para todos esses incômodos e novidades, apaixonada pela filhota e seus encantos, vem a tal queda de hormônios. Todas as químicas internas que durante a gravidez estavam nas alturas, caem subitamente dias após o parto. Comigo, foi com uma semana. E veio o blues pós-parto, para não dizer, depressão.

Comecei a sentir desespero, agonia, medos intensos. Ouvir o choro da neném me causava frio na barriga. Nos primeiros dias dessa tristeza eu fingi que nada estava acontecendo, não conseguia admitir para mim mesma que não estava dando conta sozinha. Não queria precisar de ninguém... ficava pensando: "Como assim, como eu não vou dar conta de ser mãe e viver esse sonho que aguardei por tanto tempo?" Aí vem a culpa, a sensação de inadequação, a impressão de fracasso: "Que tipo de mãe sou eu?" Fiquei fritando minha alma com esses pensamentos e questionamentos até que desabei. É químico, físico, não dá para controlar essas sensações. Portanto, não há culpados, julgados e condenados.

Só que no meio dessa caos, além de ter um serzinho frágil, dependendo de mim para tudo, tive um inquisitor apontando o dedo para mim e dizendo que todo mundo tinha filho e não era esse desespero todo (fácil, quando se é apenas expectador). Esse meu desabafo não é para detonar o meu marido, que apesar de seus erros, virou muita madrugada com nossa filha, me levava para dar uma volta quando eu entrava em desespero (pode parecer se contentar com pouco, mas era uma higiene mental). É apenas um alerta para que as futuras mamães se informem de todas as mudanças que vêm com a maternidade, e os futuros papais também... Porque, pelo menos para mim, a situação só começou a melhorar quando eu e o meu marido resolvemos conversar e tentar recomeçar de uma outra perspectiva (nem preciso dizer que diante de tudo que relatei o casamento quase terminou).

Nessa conversa expus a minha fragilidade diante daquele mundo novo que se apresentava para mim e percebi que ele, apesar de já ser pai, não tinha a menor noção do papel do MARIDO nessa nova etapa. De propósito coloquei MARIDO em destaque, porque ele sabia toda técnica, dava banho, trocava fralda, colocava a neném para dormir... Mas nem desconfiava do que estava se passando comigo, e diante de uma criação machista onde o homem é o provedor e a mulher cuida do lar (apesar de os dois trabalharem e manterem a casa), ele não tinha parado para pensar que simplesmente eu não estava preparada para abrir mão de uma vida onde eu cuidava apenas de mim e somado a isso o turbilhão de emoções que a queda hormonal causa na mulher.

Então, com o passar do tempo a nossa filha foi nos ensinando talvez a melhor lição que podíamos aprender: DOAÇÃO. Eu deixava de ser a mulher independente, realizada na profissão e cheia de conquistas e passava a admitir a minha fragilidade e construir uma relação de aprendizado e afeição com a minha filha. Meu marido, aos poucos vem abandonando a capa de perfeição, com soluções prontas para todos os problemas, pois um bebê coloca à prova qualquer pseudo "sabe-tudo". Ele então entendeu que a tarefa de cuidar de um ser, passar valores, ter uma dose altíssima de paciência, disponibilidade e DOAÇÃO, é aprendida a cada dia e só a convivência, as doencinhas da primeira infância, as madrugadas insones, o cinema cancelado porque o bebê está vomitando ensinam isso ao casal.

Saldo do meu relato, o nascimento de um bebê gera uma mudança absurda na vida de um casal sem filhos, mas com diálogo, paciência e boa dose de tolerância de ambas as partes a relação se fortalece. A gente enxerga que para o conjunto funcionar temos que dar o melhor que podemos, isso significa também um cineminha a dois, uma conversa com os amigos, para que o tempo dedicado ao filho seja de intensa e profunda qualidade. E assim continuamos a nossa caminhada, errando, acertando; mas principalmente nos permitindo aprender.

contato para quem quiser falar sobre o assunto: lu_njesus@yahoo.com.br



Meu depoimento, Amandica mãe da Sofia quase 7 meses:


Nove meses se passaram! Minha gestação foi rica, abençoada, não tive problemas de saúde mesmo engordando 25 kilos e tendo quase 35 anos. Pude aproveitar cada minuto desses nove meses!
Nunca pensei que um bebê não desse trabalho, mas sempre achei que seria a mulher maravilha, daria conta de tudo, não precisaria da ajuda de ninguém (nem do marido). Não queria minha mãe por perto (ela mora em Santos), não queria receber visitas no primeiro mês de vida da minha filha em casa, não queria contratar babá (achava um absurdo), enfim, eu realmente achava lá no fundo que apesar de ser bebê, dar trabalho, minha vida seria quase a mesma, que logo voltaria a trabalhar e em dois meses estaria na academia super descansada e com pique total…
Eis que a Sofia nasceu em 12 de janeiro de 2009! Os dias na maternidade (três dias) foram lindos, cheios de visitas, presentes, lembrancinhas, olhando para aquele rostinho tão fofo; minha cesárea foi abençoada, no dia seguinte já abaixava no quarto para pegar coisas no chão, minha filha não chorava nunca, só dormia, e até no banho ela não chorava! Lá, nos três dias que se seguiram, em nenhum momento me senti insegura, angustiada, infeliz ou qualquer coisa do gênero.
No terceiro dia, arrumamos as coisas para voltar a nossa casa. Nunca na minha vida vou esquecer do momento em que coloquei a Sofia no bebê conforto atrás do carro, sentei ao lado, meu marido subiu a Alemada Joaquim Eugênio de Lima e logo virou à direita na avenida Paulista, aí ele me olhou pelo retrovisor e perguntou com um sorrisão no rosto: "E aí amor? Estamos voltando para casa, está feliz???"
Nesta hora, caí em prantos, chorei, chorei, chorei... Ele se assustou e perguntou se era felicidade e NÃO, não era só felicidade, era medo, angústia, tristeza, tudo junto ao mesmo tempo.
Quando entrei em casa, me vi cercada de fraldas, roupinhas que eram uma incógnita para colocar no bebê, choro, amamentação a cada uma hora e meia (sempre mamou muito), seios fissurados e sangrando (cada mamada era um sofrimento que eu tinha vontade de desisitir e sair correndo), um marido que só ficaria comigo três dias em casa e já voltaria a trabalhar, que perguntava se precisava de ajuda, mas o que eu mais precisava era que alguém desse o peito (doía demais) e precisava descansar, dormir, mas isso eu não fiz por muitos dias!
Eu tinha uma ajudante doméstica de muitos anos que ficaria comigo na primeira semana, dormindo em casa para me ajudar, mas já na primeira noite vi que ela ficou mau humorada por não dormir direito com os choros da Sofia e, assim, para não me irritar mais a mandei vir só de dia. Meu marido voltou a trabalhar, eu dormia no quarto da Sofia todo dia para não incomodá-lo, para ele dormir e poder ir trabalhar descansado no dia seguinte, mas hoje vejo que errei, deveria ter pedido para trocar mais fraldas de madrugada, colocar mais para arrotar, porque eu me sobrecarregeui demais, física e psicologicamente, afinal se ele trabalharia no dia seguinte, meu trabalho no dia seguinte também continuava: fraldas, mamadas, choro, tudo sem descanso, nunca consegui dormir de dia!
E assim as horas durante o dia quase não passavam para mim, demoravam muito...Me doía ver meu marido sair para trabalhar, mesmo sabendo que era para nosso sustento, mas ele via a cara da rua, ela via as pessoas, conversava, e eu??? Só chorava trancada no apartamento... Por 30 dias, não fui para nenhum outro canto da minha casa, não descia as escadas, só fiquei no quarto da minha filha, de camisola, com os peitos de fora praticamente o dia todo, sem vontade de levantar da cama, sentindo falta de tudo e de todos, me irritava com meu marido por ele estar saindo de casa, tudo me deixava mal... Acho que só levantava para amamentar porque sabia que aquele serzinho precisava de mim, mas não fiquei babando na cria como muitas mães contam que ficaram... Não, se eu pudesse naqueles 30 primeiros dias eu sairia correndo e não voltaria NUNCA MAIS!
No meio deste turbilhão, chamei minha mãe para passar uma semana comigo e ela veio de Santos e, para minha surpresa, eu que não a queria aqui achando que ela não me ajudaria em nada, me estressaria etc, acabei adorando a vinda dela, fiquei feliz com uma companhia durante o dia, ela me ajudou demais. Ficava emocionada com o amor dela por mim e pela minha filha e aí percebi que a queria sempre aqui comigo, mas como ela mora em Santos e eu em São Paulo, a solução foi ela ficar 15 dias comigo e 15 dias em Santos para poder cuidar das coisas dela e dar atenção para minha avó que está internada numa clínica.
Mesmo com minha mãe aqui, tinha dias que estava bem, outros eu caía em prantos, queria sumir, uma tristeza tão profunda, uma angústia tão horrível que me dói no peito lembrar até hoje! E, sempre os dias que ela tinha que ir embora, era como se arrancasse um pedaço de mim, uma dor que vinha do nada, e fico contando os dias na folhinha para ela voltar logo.
Nos primeiros tempos não recebi visita, só dos sogros, porque na verdade afastei todo mundo. Antes de ter a Sofia já tinha dito que queria ficar 30 ou 45 dias sem ninguém indo em casa, e isso acho que foi pior...Eu pirei sem meus amigos, todos foram na maternidade e ninguém vinha em casa e eu me sentia péssima...Porém era tudo tão confuso que quando minha amigas me ligavam eu não atendia porque não queria falar e nem ver niguém. Dá para entender?
Me isolei muito, não saia para canto nenhum... Se meu marido queria ir na casa da minha sogra eu já colocava empecilho porque não queria sair com um arsenal de coisas: bolsa, mamadeira, fralda... Eu estava negando para mim mesma que a minha vida não era mais com antes, uma vida de quase 35 anos dedicadas só a mim e as minhas coisas, agora eu tinha uma filha, eu era Mãe e me sentia perdida, triste com isso...como podia ser isso? Uma época que era para ser a mais feliz da minha vida estava sendo a pior!
Neste período, vieram as crises de cólicas e quase enlouqueci, entre outras coisinhas de bebê do dia-a-dia. Algumas vezes estava com minha mãe e em outras estava sozinha e assim foi indo. Com disse, polpei meu marido de muitas coisas como faço até hoje e não tive muito a participação dele, mas nos fins de semana, ele cozinhava, lavava, mas com a bebê, até hoje, quem cuida sou eu.
O que me angustiava é que os dias sempre demoraram muito para passar, parece que os dias com minha filha seriam eternos nesta fase, e ficava (fico) angustiada porque a minha vida até hoje passou tão depressa. Os nove meses de gestação voaram, mas quando estava sofrendo parece que tudo ficava parado no tempo, inclusive minha dor.
Todos me falaram pra procurar ajuda médica, mas no início não queria tomar remédio por causa da amamentação; psicólogo estava sem tempo para ir, sem ter com quem deixar a Sofia e assim fui deixando pra lá...
Meu pai, em um dos dias que ele foi em casa, ficou indignado com o estado em que me encontrava, um zumbi, triste, amargurada, chorosa, e me propôs pagar uma babá de noite para eu poder descansar um pouco porque a Sofia mamava a cada uma hora e meia, era estressante! Assim, para horror de muitas mamães, eu introduzi o leite industrializado à noite, das 23h até 6h da manhã, para poder DORMIR! Sim, eu precisava fazer isso por mim...
Graças a Deus a Sofia não largou o peito e continuei a dar o peito só de dia, o dia todo, e de noite ela foi para a mamadeira. Ao descansar à noite fiquei um pouco mais leve para cuidar da Sofia, para rir com ela e me emocionar com ela também.
Há 15 dias, ela começou a chorar muito quando saia do meu peito e quando fui bombear o leite, percebi que não saia mais quase nada; tomei chá da mamãe, canjica, Plasil, enfim, mas por causa da Depressão Pós-parto que estava passando, nervoso, estresse, meu leite deu "aquela" secada...Fiquei triste, mas para não encucar com mais uma coisa e ficar ainda pior psicologicamente, eu dei mamadeira de dia e hoje, com quase três meses, ela mama três vezes ao dia no peito e o resto toma mamadeira: tá linda, saudável, e me desculpem todas que ficaram "bombando" na minha cabeça para insistir no leite materno, mas só quem passa pela situação, só quem passa pelo o que eu tô passando sabe a real dimensão de tudo, sabe onde aperta o calo.
Hoje em dia, eu desço de carrinho na rua com ela (perdi o medo do ônibus que passa na avenida etc) porque senão ficaria com síndrome do pânico e eu não podia ter mais isso na minha atual vida. Hoje recebo amigas em casa, quando minha mãe vem para cá saimos, vamos ao shopping, mas ainda hoje, bate desespero, choro muito, fico perdida! Nestas horas pego minha filha no colo e fico repetindo no ouvido dela que a amo muito e que tudo isso vai passar!
Ontem foi o primeiro dia que dirigi sozinha com ela no bebê conforto, fui até minha sogra...Apesar do trabalho de levar tanta coisa: carrinho, fraldas, mamadeiras etc, foi bom, me senti mais segura, me senti mais mulher, a velha Amanda sabe?
Quando ela tiver quatro meses, pretendo voltar a trabalhar meio período (sou autônoma e trabalho no escritório com meu merido) mas como não tenho ninguém para deixar a Sofia, terei que ver um berçário, e aí vem as novas preocupações, afinal ela é tão novinha mas acho que fará bem para mim e para ela se for só meio-período! Preciso me sentir útil de novo, mas não nego que estou confusa com isso também! Meu marido apóia, disse que seria bom eu ajudá-lo por meio período (até financeiramente falando) e o berçário é uma quadra do escritório, eu poderia vê-la quantas vezes achasse necessário, mas isso é algo para se pensar daqui um mês e meio, por enquanto eu só quero ficar bem de novo e ser uma mãe 100% para minha filha.
Amanhã vou a uma psiquiatra e ver o que ela fala...Cansei de tentar ficar boa sem ajuda. Esta tristeza que não vai embora nuncaaaaaaaa! Uma amiga psicóloga também vai fazer algumas sessões comigo a um preço camarada para me ajudar e eu também QUERO ficar bem logo, esta pessoa pra baixo, triste, angustiada, não sou eu, sabe?
Antes da Sofia nascer, eu já queria engravidar do segundo filho antes dela fazer um ano e meio, mas agora só oro pra ELE e peço que, se for para eu passar tudo isso de novo (isso porque só resumi o que deu para contar), que ELE me deixe só com a Sofia, mas que eu consiga ser feliz com ela e principalmente que ELA SEJA FELIZ COM A MÃE QUE TEM, uma mãe que será feliz e alegre para ela!
Tomara que logo eu venha contar que estou bem para todas vocês!


Novo depoimento após 3 meses de tratamento:


Não sei se as leitoras assíduas aqui se lembram, mas meu desabafo esteve aqui neste site há alguns meses. Segue o link se quiserem relembrar: http://www.desabafodemae.com.br/home.php?acao=desabafos&subact=desabafo&cod=640Sim, eu passei pela depressão pós-parto e estou vindo até aqui para contar como estou e o que estou fazendo hoje para melhorar a cada dia!
Depois do desabafo citado no link acima, eu realmente procurei ajuda psicológica e psiquiátrica em uma clínica em São Paulo que aceita vários convênios (http://www.clinicaprisma.com.br/), coisa que até bem pouco tempo atrás os convênios não cobriam e por isso venho até aqui dar o link do lugar que começou a me salvar. Lógico que, com isso, foi somada minha vontade enorme de sair daquela vida triste em que me encontrava, pois o amor pela minha filha e minha família estava sendo maior que tudo.
Comecei a fazer sessões de terapia e a tomar um remédio contra a ansiedade, e após um mês já comecei a sentir a diferença: fiquei mais disposta, mais alegre, comecei a sair mais mesmo que sozinha, de carro ou a pé com minha filha, comecei a aproveitar nossos momentos sozinhas uma com a outra e o que ajudou també foi que, depois do terceiro mês de vida da minha filha Sofia, ela começou a ficar ainda mais linda e gostosa, a interagir, sorrir, enfim...tudo estava mudando!
A primeira coisa a fazer é ACEITAR que sua vida nunca mais será como antes, pois agora você é MÃE e naturalmente você agirá como uma, dando prioridades a outras coisas na vida, pensando em seu filho na maioria das vezes em primeiro lugar, agradecendo a Deus todos os dias por ter sido abênçoada com a concepção. Nada será como antes, mas só será melhor ou pior dependendo exclusivamente DA SUA ATITUDE PERANTE A VIDA!
Voltando as minhas atitudes para melhorar cada dia mais, também comecei a falar um pouco menos sobre a DPP, porque fiquei muito viciada em sites, blogs, comunidades que falassem só disso, mas teve uma hora que eu disse: "Chega"!, e comecei a ler sobre assuntos mais alegres, pois o conhecimento "literário" sobre a DPP, de tanto que li a respeito, eu já tinha...eu precisava agora me distrair com assuntos bacanas e pessoas legais!
Comecei a fazer novas amizades e rever as antigas, a levar minha filha pra tudo quanto é lugar comigo, comecei a querer me olhar de novo, pois até não ligava nem para o meu corpo gordo que ganhou quase30 quilos ganhos na gestação, para mim naquela fase tanto faz como tanto fez estar acima do peso ou não, e eu nunca fui assim, era malhadora de carteirinha, fazia dieta para me sentir bem, e de repente nem estas coisas que me faziam bem, me ver bem, com um corpo legal e saudável, não fazia mais sentido para mim...
Assim, tomei um "chá de coragem" e voltei para a academia, combinei com a pessoa que me ajuda em casa que três vezer por semana ela fica com a Sofia para eu poder ir malhar por 1 hora (foi recomendação do psquiatra também) e foi a melhor coisa que eu fiz...endorfinas sendo liberadas, um pouco da velha Amandica voltando a sua vida normal!
Esta semana procurei uma nutricionista e decidi que vou emagrecer! Não por ninguém, mas por mim!!! Minha auto-estima pede isso! Sei que o corpo não volta mais ao "status quo" igual de antes, mas posso chegar bem perto!
Vou fazer as unhas, o cabelo quando dá (pintar os brancos que já aparecem aos 35 anos), colocar uma roupa mais bonita e me recusar a comprar roupas novas sob o número deste manequim enorme que ainda visto!
Botei pé firme com meu marido e disse que vou voltar a advogar meio período com ele agora em agosto, porque além de financeiramente precisar, o meu ego, a minha cabeça, o meu psicológico precisa disso também, então acertarei com a pessoa que me ajuda em casa para ficar meio período com a Sofia - não vai ser fácil recomeçar, estou com medo de não lembrar de como fazer uma petição ao juiz da causa, de dar um branco total, sei lá... estou com medo de sentir falta da Sofia após quase 7 meses em casa com ela, mas preciso entender que a vida continua, não posso parar em fraldas e papinhas. Já que sou autônoma e tenho a oportunidade de ficar com ela meio período durante todo este ano, não perderei tanta coisa assim do crescimento e desenvolvimento dela, e nem quero isso!
Comecei a me dedicar aos meus dois blogs (abaixo deixarei os endereços deles) sendo que em um deles que comecei há pouco tempo foca na minha nova vida de mãe, e escrever sobre isso está me fazendo enormemente bem! Soltar os bichos na escrita está sendo reconfortante!
É claro que nem tudo são flores: tem dias que tenho uma recaída, um pensamento esquisito, enfim... mas o importante é continuar lutando, respeitar meus limites, não deixar de reconhecer meus defeitos e de quando preciso de ajuda, continuar os tratamentos, e sei que logo, logo estarei 100%, porque eu estou quase lá.
Se alguma mãe quiser falar sobre isso sou uma pessoa super aberta, podem me escrever no amandasalusse@yahoo.com.br, pois mesmo quem não passa pela DPP, pode passar por um baby blues ou por aquela tristezinha do perpério e nestas horas é sempre bom encontrarmos apoio, assim como eu sempre encontrei!
Meu BLOG sobre esta minha fase mãe e que está me ajudando muito é este http://www.cantinhodamamaeamandica.blogspot.com/ , ainda sou um pouco crua para mexer em tantas funções daquele blog mas acho que está ficando legal e acima de tudo está me ajudando muito!
O outro onde posto fotos, vídeos é o http://www.amandasalusse.multiply.com/
Ah... e agora me vejo voltada a algo delicioso: fazer orçamentos e planos para o aniversário de 1 ano da minha filha que será daqui seis meses... está longe? Não para quem precisa pesquisar os melhores preços e fazer tudo com muito carinho para sua princesa!
E vou contar mais uma cosinha para vocês: o amor de mãe é a coisa mais linda e mais louca que um ser humano pode sentir... mil desculpas todos os homens que lêem as colunas daqui, mas isso só a mulher pode sentir, e é bárbaro, fantástico, inigualável!
Um beijo para todas
Amandica, mãe da Sofia que completou 6 meses em 12/07/2009.





Todos estes depoimentos são verídicos e podem ser encontrados no site http://www.desabafodemae.com.br/


2 comentários:

  1. Bom a menos de tres meses sofri com um aborto espontaneo,eu ja estava com 11 semanas de gravidez,estava muito feliz mas infelizmente aconteceu isso comigo e nunca mais fui a mesma sinto que sou culpada,depois que perdi meu bebe passei os primeiros dias muito deprimida,chorava a todo momento ouvia o choro do meu filho,a noite quando tentava dormir via varias criancas no meu quarto eu ficava angustiada,fiquei muito assombrada...ainda me sinto muito mal ..mas to tentando superar!!!

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  2. Olá...

    Venho atraves desse site, contar um pouco da minha história,tenho uma bebe linda de 4 meses,quando ela fez 3 meses, começaram a aparecer os sintomas da Depressão, sintia muito dor de cabeça, muita vontade chorar,não conseguia assistir tv, nem escutar musicas,queria ficar so no escuro e fiquei mais de 10 dias vomitando e nao conseguia comer nada, não tinha vontade de carregar a minha filha e nem de amamentar,ate que um dia tive uma crise de nervos muito forte e nao conseguia dormi, eu não estava aguentando mais a situação que eu me encontrava, sentia que qualquer hora ia ficar louca, cheguei ate pedi a minha família pra me interna em um hospital psiquiatrico, porque eu nao estava me aguentando, são sintomas horríveis nem vc entendi,até então nao conheçia o que era a Depressão e quando alguem falava que estava com Depressão, eu pensava Depressão nao existe é frescura..Até que resolvi ir de livre espontanea vontade de ir no psiquiatra pois precisa de procurar a ajuda, entao ele me receito anti depressivo e falou que eu estava com Depressao e que isso era normal, entao começei a tomar e os primeiros dias foi muito dificil pois nao via melhora nenhuma,agora faz 2 meses e meio que estou tomando, melhorei bastante, mais tenho muito medo de voltar, pois nao desejo isso pra ninguem,o que me ajuda é minha familia do meu lado, minha filha linda,mais graças a Deus estou bem melhor e espero melhor cada dia mais se Deus quizer.. Pois quero passar muitos e muitos anos do lado da minha familia linda que o Deus..!
    e pode ter certeza que isso passa... como tudo na vida passa..

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